A IDEIA DE HOMEM COMO FUNDAMENTO DA CIÊNCIA DA EDUCAÇÃO E DA OBRA EDUCATIVA: CONTRIBUIÇÕES DE EDITH STEIN

Resumo

Edith Stein (1891-1942) vive em um tempo particularmente dramático da história mundial. Nascida em família judia, na Alemanha, vive no período das duas Grandes Guerras, vê o surgimento do movimento nazista e sofre com seu povo o destino de milhões de judeus, mortos em campos de concentração. Sua vida e obra são um tesouro a ser descoberto e compartilhado, pois trazem contribuições para diversas áreas do conhecimento, sobretudo para as ciências humanas. Filósofos, psicólogos, pedagogos, teólogos, entre outros, têm encontrado em seus escritos contribuições valiosas para sua atuação profissional e inspiração para suas vidas, pois costumam ter rigor, profundidade e segurança que fazem falta nos tempos fluidos e fragmentados em que vivemos. Nosso interesse neste artigo recai sobre sua contribuição para educadores, interesse que cultivou por quase toda a vida. Tomando como referência o Capítulo I da obra La Estrutura della persona umana (Der Aufbau der menschichen Person), capítulo no qual desenvolve a ideia de homem como fundamento da ciência da educação e da obra educativa, apresentaremos o itinerário que a autora faz de explicitação dos fundamentos das visões de homem que prevaleciam em sua época e suas consequências para as práticas pedagógicas.  Como estava convencida de que a Pedagogia constrói castelos na areia se não responde à pergunta o “quem é o homem?”, Edith Stein explicita os fundamentos sobre os quais deseja desenvolver seu curso de antropologia filosófica para educadores. O percurso pedagógico que a autora realiza nesse capítulo serve de roteiro seguro e indispensável para educadores que não desejam gastar forças e energia construindo castelos na areia.